segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Para a equipe do Esporte Espetacular

Cleyton e Thiago,
> Ao percorrerem a última trilha da vida de Gabriel em direção ao mais alto, ao pico de sua vida, lá pertinho do céu, que o levou para tão longe de nós e junto de Deus, vocês nos deram um presente lindo, pela maneira tão especial de recontar a história.
> Espero, do fundo do meu coração, que a persistência, o carinho e a humanidade que reconstruíram cada trecho dessa derradeira caminhada, assim como a delicadeza e o cuidado que trataram do assunto, da produção, a da edição primorosa do programa, sejam os principais atributos para alcançarem seus objetivos, levantando a cada tropeço, em direção à realização de seus sonhos. Para mim, vocês já são grandes vencedores. O meu muito, muito obrigada, da prima de Gabriel,
> Glória
>
> Maria da Glória Chaves de Melo

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Carta para o Gabriel

Eu fui para o Carnaval no Rio de Janeiro em 2007 e fiquei hospedado com meu sobrinho Felipe . Lá conheci o Gabriel que morava com ele e o Márcio e fiquei no quartinho de empregada.

Sou Gay e vivo em Londres há 18 anos mas costumo passar parte do inverno Europeu e Verao Brasileiro em Fortaleza e no Rio.

Não sabia que o Felipe sabia da minha homosexualidade e que tinha comentado com os amigos que tinha um tio Gay e que este estava vindo passar o Carnaval com eles.Na minha chegada, de cara, eles me aceitaram na maior. Nunca me senti tao bem na minha vida como conviver com rapazes tao abertos, amigos, carinhosos e receptivos. O Gabriel ja comecou a me chamar de o meu tio Gay e nos tornamos muito amigos e confidentes.

A aventura do Gabriel comecou aqui em Londres. Aqui foi o ponto de partida e onde ele ficou 10 dias comigo, aqui nos compramos tudo que ele necessitaria para uma grande viagem: computador, barraca de Camping, mochila, saco de dormir, assim como toda as parafernalhas necessarias para um grande desbravador; faca ,canivete, livros sobre os locais a serem visitados, mapas, etc. Ao final de todas essas compras, já estava com 60 quilos de bagagem. Daí foi a grande batalha para saber o que ia e o que ficava. Eu estava de férias e fiquei os 10 dias com ele, lhe dando assistencia total.

O tempo de preparação para a viagem foi quando realmente conheci o Gabriel mais profudamente, senti como gostaria de ter tido um filho como ele. O Gabriel foi a pessoa mais desprovida, humana ,pura, inocente, cativante, amiga, leal, aberta e despreconceituosa que eu conheci na vida, Na sua partida eu chorei de alegria por ter covivido com uma pessoa tao linda, de tristeza por que ele partia e de medo do que poderia acontecer com ele em uma viagem tao longa e aventureira e ele sendo tao puro.

Nas últimas palavras que trocamos, ele disse: "Tio muito obrigado por tudo,voce foi como um pai carinhoso atencioso,amigo,eu nunca fui tao bem recebido na minha vida como com você, hotel 6 estrelas, tudo na mao e por uma pessoa tao linda como voce, prometo-lhe que lhe manterei informado de toda a minha viagem." Eu lhe disse: "Meu anjo Gabriel voce é lindo por dentro e por fora e que Deus te acompanhe." Dentro de mim eu o tinha adotado como um filho no coração e o medo e as inseguranças que um pai sente quando um filho esta partindo eu senti, nao rezei por que nao sou religioso, mas pedi a minha mãe, que ja partiu e era muito religiosa, que olhase por ele. Aqui e ali eu recebia um E-mail dele, que sempre eram fontes de alegria.

Depois da notícia do seu desaparecimento sofri à distância, junto com todos os seus familiares, parentes, amigos e conhecidos. Veio a confirmação de sua morte. Entrei em uma depressao (que ja estava sentindo, mas seu desaparecimento e morte agravou o quadro), e tanto me abalei que só agora estou conseguindo dar este depoimento. Mais uma vez nao consigo rezar, mas pedi à minha mãe, a pessoa que mais amei no mundo, que lhe ajudasse e lhe orientasse la em cima, se la em cima existe. Ele se foi do nosso meio, mas com a certeza de quem o conheceu, sempre o teremos dentro de nós.

Tio Kleber

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Esporte Espetacular no Domingo

Esporte Espetacular /TV Globo / próximo domingo /
30 agosto/ por volta de 11horas

A Equipe do Esporte Espetacular foi ao Malaui e subiu a trilha do monte Mulanje em homenagem ao Gabriel.

Nós , família e amigos, estamos muito gratos e sensibilizados com esta reportagem!

Assim se faz o bom jornalismo: com alma e profissionalismo!

Vamos todos assistir ao Programa e compartilhar esse momento!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Neste artigo o Prof Marcelo Neri fala de Gabriel


4. A revolução da qualidade da educação, artigo de Marcelo Neri
"Em nenhum destes períodos a educação ocupou o lugar central da agenda brasileira"

Marcelo Côrtes Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais do IBRE, da EPGE e da REDE da FGV, é autor de "Retratos da Deficiência" e "Cobertura Previdenciária: Diagnóstico e Propostas". Artigo publicado no "Valor Econômico":

O Brasil viveu ao longo das últimas décadas prioridades e mudanças diversas: do milagre econômico do final dos anos 60 e 70, onde a tônica foi o crescimento, à redemocratização dos anos 80, chegando à estabilização dos anos 90 e à redução da desigualdade de renda da década atual. Em nenhum destes períodos a educação ocupou o lugar central da agenda brasileira.

Vale a pena repassar o papel da educação no debate brasileiro dos últimos 50 anos. Nos anos 60 e 70, o desprezo pela educação percorreu todo o espectro ideológico brasileiro, unanimidade burra. Durante os anos de chumbo tanto a esquerda como a direita pregavam, cada um a seu modo, a sua revolução, sem tocar em escolas.

Segundo o trabalho seminal de Carlos Langoni de 1973, a falta de investimentos em educação foi a grande culpada pelo aumento da desigualdade observada nos anos 60. O aumento da demanda por trabalho qualificado não encontrou eco na oferta de escola. Nos anos 70, tivemos mais do mesmo, a passos mais lentos. Na "Pedagogia do Oprimido" de Paulo Freire, a escola deveria gerar a mudança desde a base e como subproduto o aprendizado.

A principal demanda reprimida da geração que viveu os anos de chumbo era por democracia. Essa demanda foi materializada na Constituição de 1988, que obriga as unidades subnacionais a gastar em educação, mas sem tocar na qualidade do gasto. É a Constituição dos direitos, mas não dos deveres. A década da redemocratização deságua nas eleições presidenciais de 1989, realizadas sob os nossos recordes de inflação e de desigualdade de renda, pautando a agenda das décadas seguintes.

Em meados dos anos 90, Fernando Henrique, auxiliado por seus escudeiros, fincou a lança no coração do dragão da inflação. A partir daí começamos - na primeira pessoa do plural - a planejar nosso futuro. Longe das incertezas e das ilusões monetárias, passamos a ter uma agenda real. A revolução do presidente com nome de príncipe não está na realeza, mas no sentido de realidade propiciado pela moeda estável.

Nesta época começa a mensuração sistemática da qualidade da educação com o início dos exames e da série do Saeb (Sistema de Avaliação do Ensino Básico). O primeiro Saeb foi em 1995, quando tínhamos 15% das crianças de 7 a 14 anos fora da escola. Em 2001 passaram a 3%.

À medida que jovens com mais educação chegavam ao mercado de trabalho e que novos e velhos programas sociais redistribuíam uma moeda estável, a desigualdade começou a ceder. A base da distribuição viveu de 2001 a 2007 crescimento chinês, com ganhos de renda per capita de 49,5% para os 10% mais pobres contra 6,88% dos 10% mais ricos. O ganho de renda dos mais pobres entre 2001 e 2005 é explicado por: 50%, renda do trabalho; 40%, efeito Bolsa Família; e 10% de efeito Previdência.

Olhando as metrópoles no período recente, a desigualdade de renda do trabalho, que reflete como seu principal determinante a escolaridade, cai até junho de 2008 de maneira sustentável, com velocidade comparável à concentração produzida pelo milagre econômico. Estas são, a rigor, as únicas mudanças dignas de nota para quem olha 50 anos.

Desde junho de 2008, com a chegada da crise ao Brasil, a desigualdade sofre algumas flutuações com forte piora em janeiro e recuperação posterior. Os resultados se apresentam mais auspiciosos se restringirmos a análise apenas aos ocupados, desprezando os efeitos da crise sobre as taxas de atividade e de desemprego. Qualquer coisa que se diga que não seja "estamos no mesmo lugar desde o período pré-crise" - ou seja, um empate - seria um exagero, um desprezo pelos sem-renda ou as duas coisas.

Desde 2007, as bússolas tanto do Ministério da Educação, como da sociedade civil, através do Ideb e do Movimento Todos pela Educação, passam a apontar para o norte da qualidade da educação. São metas prospectivas vigentes até o começo da outra década, em 2021, para que o bicentenário da independência o Brasil possa ser comemorado de fato.

São metas objetivas que olham para a qualidade da educação das crianças, sem voz ou voto, para além do curto-prazismo dos mandatos dos políticos. Esta é o centro da agenda da geração que faço parte, revolucionar a educação de qualidade na próxima década.

O livro "Educação Básica no Brasil", recém-lançado pela Editora Campus-Elsevier e editado por Fernando Velloso, Samuel Pessoa, Ricardo Henriques e Fábio Giambiagi, sistematiza em linguagem acessível, como um grande artigo do Valor segundo Fábio, os desafios da revolução da educação de qualidade, reunindo um seleto grupo de pesquisadores que aprendeu a levantar e processar dados de economia do trabalho, mas optou por trabalhar em prol da qualidade da educação.

Muitos deles participando em fóruns ligados a movimentos da sociedade civil, advogando contra seus próprios interesses particulares pela menor ênfase ao ensino superior e ao salário dos professores.

Os caminhos que levam à educação de qualidade são múltiplos, mas convergentes no aprendizado dos alunos. Começando pela educação da primeira infância em artigo de Aloísio Araújo, Flávio Cunha, Rodrigo Moura e James Heckman e co-autores; passando pela análise das metas oficiais de educação nas palavras de seus próprios propositores como Reynaldo Fernandes, presidente do Inep; incluindo inúmeras contribuições sobre componentes da oferta de educação relatados pelos educadores José Francisco Soares e Cláudio Moura Castro - que se tornou educador sem nunca deixar de ser economista.

Seguido pela nova geração de economistas da educação tais como André Portela, Cláudio Ferraz, Maria Carolina e Naércio Menezes, entre outros tantos representantes. De uma geração cercada de fiéis escudeiros como Gabriel Buchmann, que já superou seu mestre.

Esta será uma revolução que terá de ocorrer prescindindo da educação dos pais. Esta será uma revolução que terá de superar o fato de apenas um quinto das diferenças da proficiência dos alunos ser explicada por variáveis de políticas associadas às escolas e aos professores. Esta será uma revolução que deverá se dar não só na oferta de educação de qualidade mas também na sua demanda, revertendo o baixo interesse dos alunos. Esta será uma revolução que acompanhará mudanças de cada escola, nas causas e nas suas consequências. Esta será uma revolução que no futuro acompanhará a trajetória de cada aluno, para evitar ao fim repetir o caso relatado por uma rica, famosa e loira apresentadora de TV: "A minha vida deu uma revolução de 360o!".
(Valor Econômico, 11/8)

Pessoas que fazem diferença

Queridos Amigos,

Em alguns momentos na vida cruzamos com

algumas pessoas que fazem total diferenca

em nossas vidas. Eu me considero uma pessoa muito abencoada

e sou muito grato por tudo na minha vida. Gostaria de compartilhar

algumas palavras entre mim e o meu irmao espiritual Gabriel Buchmann,

com o qual convivi maior parte de minha vida e fez uma diferenca

estratosferica na minha maneira de ser.

Canção Da América

Milton Nascimento

Composição: Fernando Brant e Milton Nascimento
Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

Fabio Stilben

Cartas para família e amigos

ENVIADO PARA SANDRA BRANCO SOBRE GABRIEL

Sandrinha :

desde a primeira notícia do desaparecimento, dado pela Band, eu fiquei ligado na história. Senti muito porque eu vi, internamente, que era uma alma boa tentando colaborar por um mundo melhor. Senti muito,sabia? E que coincidência...

mas ele cumpriu alguma meta e, na certa, está continuando o trabalho com melhores possibilidades que antes.

diga a ilana do meu sentimento e quando falar com a mãe dele, diga que um amigo que ele nunca viu torceu pra que tudo tivesse um final feliz. mas o mundo , com essa impermanência e fugacidade da matéria, parece ser só Dor....lembro das fotos dele com as crianças e tudo mais. não se faz um trabalho desses sem ter um caminho iluminado.

Repito : fiquei fã desse cara desde a primeira notícia e como a família dele que ele era experiente, prudente e preparado, eu pensei que iam encontrá-lo vivo.

Vivo ele está. Mortos somos nós.

é isso aí, amiga.

um beijo grande

Roberto Menezes

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Ei Titi, ei Fatima,

Com certeza um dos grandes responsaveis por eu estar realizando esse meu sonho foi o Gabriel, ele me ajudou com todos os tipos de dicas possiveis, roteiro, como me proteger, vacinar, o que levar, enfim, tudo mesmo.
Eu sempre quis viajar e nunca tive coragem, quando me vi numa oportunidade que seria unica, resolvi que ia, mas nao sabia muito bem como comecar a planejar, foi a Lara me falou do Gabriel e me colocou em contato com vc, dai pra frente minha viagem conseguiu tomar forma. O que eu mais quero com elaesa viagem? Conhecer o mundo, culturas diferentes e entender um pouco mais as diferencas nesse mundo que ao mesmo tempo e' grande e pequeno.

Eu tenho todos os e-mails que o Gabriel me mandou, ou quase todos, se voces quiserem eu mando pra voces.

Pode deixar que eu vou ter cuidado sim, inclusive o Gabriel em alguns e-mails falava isso, para ter cuidado com certas coisas.

Em um dos ultimos e-mails que ele me mandou, ele disse que estava na Africa e disse que estaria de volta ao Brasil entre julho e agosto e disse que era para gente se conhecer, infelizmente isso nao possivel, sei que perdi a oportunidade de conhecer melhor uma pessoa incrivel, mas ao mesmo tempo, parece que eu o conhecia a muito tempo, conversar com ele era muito facil, eu me sentia completamente a vontade para fazer a pergunta que eu quisesse.

Eu acompanhei o blog todos os dias e rezei todos os dias por voces e pelo Gabriel, quando a Lara me avisou que haviam encontrato o corpo do Gabriel havia sido em contrado, chorei com voces e rezei para que voces pudessem passar por tudo isso da melhor forma possivel.

Ah, e desde que eu conheci o Gabriel, estou colocando em pratica uma coisa que aprendi com ele: ajudar ao proximo, sem esperar nada em troca, so pelo fato de ver alguem podendo realizar um sonho, ser feliz.
Eu posso estar sendo a primeira pessoa a viajar com as dicas dele, mas depois de mim muitos o farao, porque eu ja passei as dicas dele pra algumas pessoas.

Vou estar viajando durante os proximos 8 meses, pela Europa e pela Asia, acesso a internet nao vai ser tao facil mas tambem nao e' impossivel, qualquer coisa que eu possa ser util, entrem em contato comigo, por favor.

Titi querida, mais uma vez obrigada!!

Forca e felicidades pra voces.
Beijos,

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Oi Cris,
queria ter te escrito antes, mas meus ultimos dias no Brasil foram muito corridos, depois eu viajei e so' agora eu parei de verdade.
Me desculpe pela falta de acentos, mas o computador aqui nao tem isso....
Bom, primeiro eu queria agradecer pela oportunidade de alguma forma eu ter conhecido o Gabriel, saiba que muito da minha viagem so' vai ser possivel porque ele me ajudou muito.
Eu estou agora realizando o meu maior sonho, sair do Brasil e poder conhecer o que existe no mundo, de uma forma nao muito convencional, conhecer as pessoas, as culturas tao diferentes da nossa.
Ainda estou no comecinho da viagem, mas ja' estou adorando e ansiosa pra chegar ao proximo destino.
Nao tive a oportunidade de agradecer ao Gabriel por me ajudar a realizar esse sonho, mas eu posso te agradecer por ter colaborado com isso tambem.
Quero que saiba que muitos dos meus amigos se comoveram muito com a historia do Gabriel, acompanharam tudo e sempre me perguntavam dele, sobre ele e como ele surgiu na minha vida. Todos se comoveram muito e esperam que a historia do Gabriel nao pare por aqui. Quando o corpo dele foi encontrado, muitos dos meus amigos pediram pra te falar que eles estavam pedindo a Deus pra que ele ilumine a sua vida e a vida da familia do Gabriel daqui pra frente, e pediram pra que a historia dele nao acabe junto com a vida terrena dele. Estou transmitindo pra voce, e pesso que transmita tambem pra familia do Gabriel..
No sabado, quando vim pra Londres, parei em Sao Paulo e a Lara foi almocar comigo, ela deu noticias suas, disse que vc esta' bem. Que bom!!!

Bom, muito obrigada!!!
Uma vez voce ofereceu ajuda na minha viagem, eu vou querer sim, agora eu estou planejando a entrada na Russia e os proximos passo na Asia, mas antes de chegar na India eu te escrevo, quero todas as dicas que vc puder me dar. E quando eu voltar pra Europa te escrevo tambem.
Beijos e mais uma vez obrigada!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mais cartas para Gabriel

Ao longo dessas últimas semanas, recebemos mensagens muito bonitas. Gostaríamos de compartilhar ao menos algumas delas com aqueles que acompanharam e, de alguma forma, foram tocados pela história do Gabriel. Publicaremos ainda outras.

Em nome da família e dos amigos, muito obrigado a todos pela força e pelo carinho.

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Subject: Obrigada, Gabriel
From: saothiago@gmail.com
To: ajudegb@hotmail.com

A alma de Gabriel é tão grande que hoje vive dentro de muitas pessoas. Convivo com uma pessoa que conheceu o Gabriel e que sentiu muito a sua partida. Para mim, que nunca o vi, ele não partiu, ao contrário, ele chegou, começou a fazer parte da minha história também. Ontem eu vi seu vídeo em que brinca de malabares com as crianças e desde então estou diferente. Quantos sentimentos bons surgiram em apenas alguns segundos admirando aquela cena. Fui trabalhar com a certeza de que o pouco que eu faça pelo meu semelhante é o bastante para transformar o mundo. Foi como se eu, de repente, fosse convocada para fazer parte de uma força tarefa chamada "ajude Gabriel". O Gabriel ainda seria muito útil ao mundo se estivesse vivo, mas partindo ele pôde chegar a lugares que talvez nunca imaginasse chegar, na alma de muitas pessoas que desejam fazer o bem e que precisavam compreender que isto é muito simples. É na simplicidade de andar pela vida levando na mochila somente o necessário, olhando nos olhos das pessoas, escutando o que elas tanto necessitam falar, deixando ser tocado por elas, brincando com as crianças e os animais, encontrando forças na natureza, compartilhando o que se tem e o que se é. É assim que devemos passar pela vida. Gabriel entendeu que a maior revolução é o amor. Muito obrigada, Gabriel.

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Oi, tudo bem?

Tenho acompanhado o blog. Gabriel me serve de exemplo. Sempre me podei de fazer coisas; uma delas, uma viagem à Africa do Sul: cancelei uma semana de antecedência. Chegaria em Joanesburgo no dia 9 de agosto, data de retorno do corpo de Gabriel. Politicas públicas para países subdesenvolvidos sempre me interessaram. Enfim.

Muito interessante a idéia de uma exposição fotográfica. Sou jornalista e atualmente moro em Brasilia. Trabalho na Assessoria de Imprensa do Ministério do Trabalho e Emprego. Caso a exposição ocorra, seria muito bom se passasse por Brasilia; quem sabe, no Museu da República.

Caso tenha intesse, podemos fazer uma articulação.


Um abraço,

Silmara Cossolino

Carta para Gabriel

GABRIEL

Eu me lembro dos almoços de domingo na casa da minha mãe. Seus netos Flavia e Fabio, meus filhos, Gabriel e Nina, do Sergio e da Fátima, Amanda, da Belinha e Rafael, do Marinho, todos juntos.

Faziam a maior bagunça, mexiam em tudo,faziam muito barulho. Gabriel ficava na dele, lendo seus livros e todas as mães invejavam a Fátima,querendo saber o que fazer para ter um filho como o Gabriel.

Eu brincava com ele, cantando “Gabriel... Gabriel..., gosta de comer pastel...” e ele completava ... embrulhado no papel.... e olhando para o céu... e comendo pão de mel...

Gabriel cresceu e não decepcionou: suas leituras, sua inteligência e sua concentração se confirmaram nas excelentes notas desde o primário até a faculdade, nos primeiros lugares e nas portas que se abriram para seu crescimento na pós e mestrado. Ele surpreendeu mesmo, foi no seu vigor físico. Aquele garotinho magrela, desengonçado no futebol, era capaz de enfrentar qualquer adversidade, andando 5 dias a cavalo, atravessando as estepes geladas da Mongólia, andando de camelo, em pé, no deserto, com os beduínos, dormindo em Gers, com famílias mongóis. Era capaz de pegar 5 onibus, 2 trens e 2 barcos para atravessar o norte do Vietnam, Laos e Camboja para participar da festa de reveillon em Ko Paghan, ilha paradisíaca ao sul da Tailândia. Rodou de carona pelo Paquistão, Turquia e Jordânia.

Gabriel conheceu as principais cidades do mundo: Paris, Londres, Amsterdam, mas sentia que aquele não era seu lugar. Preferia as tabas indígenas da Amazônia, as aldeias do interior do Vietnan, as aldeiotas distantes do Afganistão e do Casaquistão, os vilarejos da Índia.

Lá ele tinha oportunidade de conhecer de perto a pobreza do mundo, matéria de seus estudos sobre a Economia da Pobreza. Gabriel não buscava informação, mas sim experiência. Ele gostava de viver como eles viviam, ajudando a regar as plantações de arroz no Vietnam, arando a terra na Índia, andando por 16 dias em trilhas pelo circuito de Anapuma, no Tibet. Comia a comida que eles comiam, dormia como eles dormiam. Gostava de se vestir como eles se vestiam.Tirou muitas fotos com trajes típicos. Fazia muitas amizades por onde passava, recebendo vários nomes: Chajian na China; GA no Vietnam; Tsen, na Tailândia e do seu amigo africano, da tribo massai, recebeu o nome de Lemaya.

O dinheiro que economizava em hotéis, ele usava para ajudar as famílias pobres com quem convivia. Mas não era questão de dar dinheiro. Ele participava. Sua maior alegria foi quando saiu com um menino pobre visitando várias escolas e na melhor delas, conversou com o diretor e pagou a matrícula e 1 ano de mensalidade escolar, avisando que se o menino lhe enviasse o boletim com boas notas, pagaria os anos seguintes. Tudo isso, lhe custou 42 dólares.

Amigo dos animais, brincava com macacos, dormia com jibóias, flertava com uma naja, corria atrás dos camelos no deserto para lhes montar em pelo, se divertia com os tigres. Sua maior paixão, no entanto, eram os elefantes. Ficava admirado quando eles lhe abraçavam com a tromba e o colocavam no dorso, para caminhar. Ele achava mais lento que os camelos, mas ficava feliz, pois era uma altura de quase 3 metros, uma queda feia.

Fruto de uma mistura de educações religiosas milenares, a cristã e a judaica, tinha no Amor seu guia, mas sabia que não bastava estudar e saber, sem praticar. Assim, seguia aprendendo e ajudando.

Aprendendo e ajudando, ele seguia caminhando. Como um Mahatma Ghandi, ou mesmo como um Forrest Gump, ele caminhava, caminhava, incansável na sua busca por conhecimento e pela pratica da caridade aos mais necessitados, não importando sua nacionalidade ou crença. Buscava sempre a D’us, e por isso, gostava de subir montanhas, talvez para se sentir mais perto dEle. Assim, subiu o Himalaia, o Fen Xi Pan, de 3100 m de altura, na Indochina, o Kilimanjaro, a Huan Shan, montanha sagrada do induísmo.

Acredita-se que os Jardins do Edem ficavam na África. Dizem que os primeiros homens eram da África. A África foi o lugar que Gabriel escolheu para terminar sua viagem. Em Malawi, resolveu subir o monte Mulanje. Subiu, subiu, cada vez mais perto do cume e do céu. Não precisava da sua mochila grande e a deixou no hotel; continuou subindo, subindo. Sua mochila pequena também não lhe fazia falta e a deixou no alojamento do parque; e foi subindo, subindo. Apesar de nunca ter estado lá, sabia o caminho e não precisava mais do guia, que retornou. Gabriel continuou subindo, subindo, até que em certo momento, sentiu que também não precisava mais do seu corpo. Assim, o colocou aninhado num cantinho da trilha e continuou subindo, subindo, subindo...

Vai, Gabriel, vai comer pastel.... lá no Céu.

Aproveita e manda um beijo para meu irmão, teu pai.

Guilherme

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Meus sinceros agradecimentos, por Cristina Reis

"Agradecer significa demonstrar gratidão, palavra advinda do passivo da palavra latina gratus, num sentido de ter sido agradado ou sentir-se deliciado. Quero dizer que nunca na minha vida compreendi e vivenciei tão fortemente esse sentimento. Parece um absurdo, pois passo a dor mais profunda, jamais sentida dantes – a de ter perdido um grande amor. Mas na verdade não o perdi, não o perdemos. Quem conviveu com Gabriel, trocou momentos com ele e quem soube da história após o desfecho trágico da realização de seu sonho, ganhou muito. Ganhamos a oportunidade de conhecer seu espírito jovem e caridoso, sua vontade de melhorar o mundo, sua gana pelo conhecimento, seu amor ao próximo. Ganhamos a sensação de ser a pessoa mais interessante no presente pleno, o do aqui e agora, pois Gabriel paralisava o tempo e o ambiente externo quando conversava com alguém, prestando atenção total. Aliás, ele era o melhor exemplo do “sê inteiro”, de Pessoa. Além de íntegro de caráter.

Gabriel estava sempre se deslumbrando, como uma criança a ver as coisas pela primeira vez. Esta faculdade era uma das que mais me admiravam. E, enquanto se encantava com as cores, a natureza e os seres humanos, seguia encantando a todos, mostrando que bonito é o mundo em que estamos. Era também um ser fluído, camaleão. Não lhe bastava observar, precisava participar. Queria saber como é o trabalho de cada um, presenciando ao máximo a divisão do trabalho, como estudamos em economia – capinar a terra, cerzir um tapete, dirigir caminhões, escrever artigos sobre educação. Precisava sentir na pele a temperatura da água, mirar a partir do topo a visão das montanhas e das árvores, provar o colorido das roupas dos diferentes povos, dançar todos os ritmos. Saiu pelo mundo em busca de sabedoria, a mais importante delas, a que traz as respostas para os questionamentos e impulsos internos. Respostas que se desvelavam enquanto lidava com as diferentes realidades dos povos, viu a pobreza sob vários ângulos e também a riqueza da alma humana.

Meu querido era lindo. De alma pura, olhar verdadeiro. E será para sempre nos nossos corações. Como disse no velório, aprendi com ele a plenitude do amor e a gostar de mim mesma. Sinto-me grata à vida e a Deus por tê-lo amado plenamente, aceitando também seus defeitos. Amei sua essência, compreendi a verdade do meu próprio lado, a ilusão que fiz sobre quem ele era – como fazemos com tudo e todos que vemos. E quando a minha ilusão se desfez, continuei firme ao seu lado. E, por incrível que pareça, amando-o mais ainda.

Sinto-me grata pela onda de amor e solidariedade que se ergueu na busca de Gabriel, sinto-me grata igualmente por todas as pessoas envolvidas nessa história. Fico contente por cada palavra de amor, cada olhar afetuoso, cada gesto nobre. Neste período duro de buscas, as pessoas mostraram seu lado mais belo, mais amoroso. Sou grata à comoção de cada brasileiro e de cada estrangeiro. Agradeço as doações, a todos que trabalharam nas buscas, a imprensa – por ter lhe dado a oportunidade de divulgar seus ideais e aumentar a corrente de orações. E que corrente maravilhosa! Nunca esquecerei o empenho e dedicação dos malauienses, canadenses, argentinos, brasileiros e demais que escalaram o monte Mulanje para achar o Gab. Graças a Deus fomos bem sucedidos, ele retornou à sua terra e à sua família, recebendo as despedidas e homenagens merecidas. Agradeço o imenso carinho da família e dos amigos – meus e do Gabriel -, que vão no meu coração avante pela vida inteira. Em especial, obrigada meu irmão, André, por estar ao meu lado no Malauí, sem você eu não teria suportado a dor da má notícia.

Num dos últimos dias em que estive com Gabriel, gritamos como loucos para as cataratas Vitória, na Zâmbia, um estrondoso OBRIGADA a Deus por estar ali, juntos, diante de tanta beleza (em anexo, uma foto desse dia). Sentíamo-nos plenos de amor e felicidade. E assim quero seguir sentindo. A tal onda gigante de amor despertou uma força poderosa dentro de mim, que não imaginava possuir. Uma força para vencer essa dor e sentir-me feliz por estar viva, tocando em frente com fé, como na música que cantarolávamos juntos....

Beijos para todos,

Titi"

Tocando em Frente


Composição: Almir Sater e Renato Teixeira


Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia.
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
e no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

NA MÍDIA e AGRADECIMENTOS

Veja a linda reportagem do G1, pelo link.

A equipe do programa do Esporte Espetacular esta chegando ao Maláui, vão fazer a trilha do monte Mulange em homenagem ao nosso querido Gabriel. Quanta emoção! Junto com a ONG colocarão uma placa no PICO. Aguardem os próximos programas; a data de apresentação, ainda, vai ser confirmada.

Vamos manter a chama acesa. Muito obrigado as organizações GLOBO pela belíssima cobertura.

Agradecemos novamente a ONG Mulanje Mountain Conservation Trust (MMCT), pela placa que colocará no Mulange em homenagem ao Gabriel, com as seguintes palavras: "“Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Estamos muito comovidos por tudo.
Um grande abraço em nome da família e dos amigos.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Agradecimentos

Desculpem a demora em postá-los, mas os responsáveis pelo Blog saíram do ar por alguns dias por exaustão e emoção!

Mas, continuamos firmes e fortes aqui.

Nosso profundo e sincero Obrigado. Agradecemos de coração:

À Secretaria de Defesa Civil do RJ que, junto ao Corpo de Bombeiros do Estado do Rio, possibilitou a ida, pela primeira vez, de uma equipe de resgate em missão internacional.

- À Primeira Dama do Estado, cuja solidariedade de MÃE foi imensa.

- À Dreams Tour, que não mediu esforços para agilizar a viagem da equipe de voluntários canadenses.

- Ao Itamaraty, cuja valiosa colaboração foi fundamental na busca e resgate de Gabriel

- Ao Governo do Maláui, por sua prestimosa ajuda.

- Aos grupos de busca locais do Maláui, que foram incansáveis em seu trabalho de resgate.

- Aos meios de comunicação, rádios, jornais , televisão e internet, que divulgaram e continuam a divulgar com extrema sensibilidade e profissionalismo todo a estória de Gabriel.

- Aos amigos de fé que noite e dia , incansavelmente, amorosamente e intensamente se desdobraram em esforços para organizar uma eficiente força tarefa em prol do Gabriel.

- Ao Clube de Regatas Flamengo que homenageou o rubro-negro Gabriel com um minuto de silêncio no jogo Flamengo X Corintians, em 09 de agosto de 2009.

- A ONG MMCT de Mulanje.

- Ao Esquadrão Aéreo Terrestre de Salvamento (PARA-SAR),que prestou assessoramento à equipe de busca do Maláui.

A todos aqueles, amigos, amigos dos amigos, desconhecidos, que se solidarizaram, nos prestando assistência financeira, moral , espiritual e profissional.

Mais uma vez, muito obrigado! Um grande abraço a todos que nos acompanham nessa missão.
NOSSO BLOG CONTINUA. Novas mensagens estarão vindo...

O Legado de Gabriel... por uma Mãe

O LEGADO DE GABRIEL

Sempre me despedi de você, em suas viagens,nem que fosse por email. Agora dizem que é definitivo. Mesmo assim, beijinhos e BOA VIAGEM;

Mas a vida contém mistérios e se chegarmos a nos encontrar, aviso que te aceito em qualquer papel, até de mãe de verdade, porque agora tenho o MANUAL DE FUNCIONAMENTO, que custei a entender.

Frassinette, mãe de Natalia, amiga de Fátima, de Nina. de Paulinho

de Gabriel e da família . Podem me adotar.

GABRIEL, meu amiguinho querido,

Estou convencida de que Deus , após te proporcionar essa inteligência privilegiada e mais,bondade , coragem, ousadia , alegria, simplicidade (e, como brinde, um encanto natural) deve ter te levado para junto de si, com uma missão especial de criar um programa de transformação do mundo que Ele não estava conseguindo promover e não é possível continuar tendo um sexto da população vivendo na miséria e alguns poucos bilionários, se apropriando de parcelas significativas da riqueza do mundo, sem que os resultados disso – a fome, a morte, as doenças etc. comovam a mídia, as Instituições e cada um de nós., em particular. Sem querer sensacionalismo, lembro apenas que o número de crianças que morrem de fome por dia equivale a duas torres gêmeas, e mesmo assim não existe divulgação e permanecemos indiferentes.

Diante das manifestações de solidariedade, de competência, de organização, desses jovens que, desde o primeiro momento comandaram as iniciativas necessárias à sua busca, cheios de amargura e dor mas , ao mesmo tempo, transformando esses sentimentos em ação, a ponto de gerar um clima otimista, positivo, de esperança, e também da divulgação exaustiva, que chegou a várias partes do mundo, pensei que não teria nada a acrescentar ao blog. Pensei em ficar com a minha saudade, as coisas que aprendi com você – não guardar mágoa, saber pedir, baixar um pouco o nível, ver os preços, o que já era uma grande vantagem. Só impliquei com a chamada de toda a mídia para o “economista brasileiro que desapareceu na África”;

Acho que antes de ser economista você sempre foi uma pessoa com o espírito rico, de bem com a vida, que valoriza os outros, que sempre tinha uma idéia boa para nossos problemas e, apesar de toda a vocação para o estudo da pobreza e a defesa dos pobres, adorava um restaurantezinho gostoso, um táxi, quando eu há estava exausta, uma festinha familiar, ou seja, receber, conversar, conhecer gente e outras coisas de que não me lembro. .

De repente, o espetáculo que se transformou a luta pelo seu resgate, imediatamente após o conhecimento de que você não havia voltado, unindo num só bloco, família , seus amigos, sua namorada, a especial Cris, sua mãe, cuja dor tornou-a ainda mais capaz e mais ativa, intercalando momentos de choro, com iniciativas. contatos, esperança e desespero veio me motivar para te escrever. Tenho a impressão de que preciso te contar que você está ficando cada dia mais celebridade. Mas, voltando para as buscas, aos poucos, cada segmento foi se dedicando ao que lhe era mais adequado executar, com disposição para tudo, até as idas à África, e tudo mais que necessário fosse. Era a semente do que você plantou. Gabriel, que começava a germinar. Vieram todos os seus amigos e também os amigos dos amigos até chegar aos conhecidos dos amigos , todos empenhados em colaborar. Tinha-se a impressão que o comando pertencia a Cris, aliás, sua dedicação era tal que imediatamente esquecíamos sua aparente fragilidade e passávamos a ver sua força interior, chorando e trabalhando ao mesmo tempo, falando com o mundo inteiro, repassando informações, sem trégua nem descanso. Tinha sempre alguém diante do computador, com um skipe, fazendo anotações. A impressão que se tinha daquele quarto transformado em Estado Maior era de que esse exército de jovens estava empenhado em defender o Brasil de alguma invasão perigosa.. Suas armas eram computadores, bloquinhos e papéis diversos com anotações, telefones, laptops, celulares, os mais diversos budgets, que ficavam espalhados a serviço desses soldados da amizade que, durante 24 horas por dia, nos 18 dias de busca, eram utilizados para tomar as providências necessárias. Surgiam idéias, que eram desenvolvidas nesse quarto, após o estudo estratégico, porque não houve erros. Todas as ações eram analisadas. E o entra e sai constante, porque havia turnos., com exceção da Cris, que ficava permanentemente, provavelmente utilizando forças que só o amor é capaz de oferecer. Além dessa SOLIDARIEDADE, viu-se, naqueles dias, o DESPRENDIMENTO FINANCEIRO, como se eles fossem budistas, praticando sua religião, treinando o desapego.. Cada um dava o que podia, enquanto apareciam surpresas agradáveis de doações . que viabilizaram muitas despesas, impossíveis de serem bancadas pela família . E, a cada dia mais uma vitória, os Voluntários Canadenses, o Helicóptero, as grupos de procura, o apoio do Itamaraty, até o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. E a IMPRENSA, que se juntou à causa e exerceu muito bem seu papel. Houve poucas notícias erradas, e apenas um contato maldoso, mas o saldo foi positivo. O corpo foi achado e acabaram-se as esperanças, mas não há uma iniciativa que não tenha sido efetuada para continuar contigo. Particularmente, acho que, apesar daquela chamada sempre lembrando o economista brasileiro. através das inúmeras entrevistas .ficou claro que sua BONDADE e seus VALORES prevaleciam na avaliação de seu perfil. . E foi por isso que a mobilização em torno do acontecimento ganhou notoriedade. Mesmo quem não conviveu com você, sempre ouvia alguma estória onde estavam presentes essas características e logo percebiam que você é especial.

Ao partir assim de repente, você levou consigo bondade, simplicidade, gosto pela vida, interesse pelas outras pessoas enfim, tudo que compunha seu perfil que também incluía alguns aspectos capazes de tirar o sossego de quem fosse mais convencional.(o exagerado amor pelo desconhecido, a intensidade com que vivia cada dia., a inquietação, uma certa vocação para coisas difíceis, a vontade de ultrapassar limites . . . e pequenos detalhes que muitas vezes me deixaram sem dormir.) Chegamos à nossa estória, inicialmente maravilhosa, já que você, sabiamente, apresentou-se com o quadro que continha a informação de seu primeiro lugar no vestibular de toda a PUC e a entrevista, onde dizia que queria ser Ministro. Depois veio o intercâmbio e você teve o grande azar de ser a primeira pessoa a se relacionar comigo, vendo em Natalia uma adulta. E eu a queria criança, dando satisfação de tudo que fizesse, onde estava e tudo o mais que nunca consegui. Hoje tenho vergonha dessas exigências. Assim, nossa amizade foi construída a partir de diferenças, de discussões, divergências, mas, a verdade e a ética que nunca deixaram que nosso diálogo fosse interrompido, ajudou a nos aceitarmos e, aos poucos, pude constatar que muitas vezes era você que estava certo. Acabei por entender que alguns desses defeitos davam cor à vida, e, sem sentir, fui aprendendo e praticando alguns de seus valores. Até que nos descobrimos amigos, depois grandes amigos, e cada dia sempre mais amigos , resumindo, aprendi muito e jamais te esquecerei, porque estou impregnada de muitos de seus pensamentos, embora esteja muito longe de ao menos parecer com você. . Mas essa foi apenas uma vantagem pessoal, que tive a dádiva de viver.

Preocupo-me com todos os menos favorecidos que certamente seriam alvo de suas políticas. O que será feito da experiência vivida nessse último ano? Ela é única, porque todos que se propõem a estudar ou discutir problemas do povo hospedam-se nos melhores hotéis e têm contato com os poderosos do lugar. Não vivem a realidade como você viveu. Ficam protegidos da violência, usam seguranças e depois elaboram metas para diminuir a injustiça social, discutidas em algum FORUM ou publicadas uma vez por ano quando os países são classificados pelos índices que eles mesmos inventam. Tipo . . . “ no dia em que alguém imaginou que se duas pessoas saem para almoçar e que uma comeu duas galinhas e a outra ficou olhando, a estatística comprova que cada pessoa comeu uma galinha” . E o pobre do PIB ficou desmoralizado na função de descrever uma população. Aí criaram outro índice, e por aí vai. O próximo IDH, após consultar a população (bastante democrático) vai estudar VALORES: respeito, justiça, paz, ausência de preconceito, humanidade, amor, honestidade, valor espiritual, responsabilidade e consciência. Se não der IBOPE mudam a base de comparação ou qualquer outro artifício capaz de manter o “ status quo” . . . e os pobres e miseráveis continuam lá.

Agora, com a exagerada consagração da sociedade de consumo,.resolveram incluir os pobres e torná-los alvo de suas campanhas, criando necessidades inexistentes e oferecendo crédito, o que os torna , além de endividados, preocupados, porque fazem operações que desconhecem até que ponto estão sendo extorquidos. Com as novelas e propagandas, são levados a admirar os ricos e querer ser um deles. Não se valoriza mais, os bens mais preciosos da vida, como o sono, o amor, a amizade, a saúde, a fé, para os religiosos, as conversas entre amigos etc. Minhas esperanças estavam depositadas em Gabriel, porque ele provavelmente evoluiria para um profissional crítico, capaz de agir, teria idéias, defenderia os menos favorecidos, não com caridade, um valor antigo que serve apenas para o bem estar de quem dá, que se livra de seus pecados. Nem iria buscar as soluções extremas, já vividas, que não deram resultado.

Alguém definiu Gabriel como SONHADOR ou FAZEDOR DE SONHOS. Como ele e como Luther King, eu também tenho não apenas um sonho, mas muitos. Minha geração nem sequer teve o direito de pensar se queria provocar alguma modificação. Alguns poucos entraaram para a luta armada e , quase sempre, sofreram muito com a ditadura. Alguns foram hyppies e eu entrei para a turma dos yuppies, trabalhando em estatal. Agora posso sonhar e sonho. O primeiro deles acabou de ser aparentemente destruído, com a viagem de Gabriel.

Vocês, jovens que trabalharam tão profissionalmente, articuladamente, gente de várias formações, até da tão mal falada mídia, que conseguiram descobri onde estava Gabriel, ainda que sem vida, agora sabem da FORÇA que têm, do PODER que a capacidade intelectual aliada a um questionamento filosófico da vida é capaz de produzir, ESSE É O LEGADO DE GABRIEL., que permite construir um mundo melhor.

A HERANÇA, embora tenha ido com ele, ficou um pouco, nas lembranças das conversas, nos textos dos emails, nas poesias que gostava.. E certamente ele ainda ia chegar a idéias ou conclusões diferentes das que levou Tenho certeza que construiria sua própria teoria Era, ainda, antes de tudo, um MENINO levado, cheio de saber, facilmente empolgável. Esperava muito que a maturidade e o doutorado lhe trouxesse a auto confiança necessária para assumir idéias inovadoras, criativas, compatíveis com a necessidade atual. Penso que iria vê-lo na Presidência do Banco Mundial ou sendo agraciado com um Prêmio Nobel. Ele tinha tudo para chegar lá. .

Agora, só posso te pedir que ILUMINE nossas vidas e, particularmente, quero que você seja aquele anjinho que um dia você disse que eu tinha sido para você.

Frassinette

Belas palavras de alguém que foi tocado pela história de Gabriel

Cara Família Buchmann,

Infelizmente não conheci o Gabriel pessoalmente. Fiquei sabendo do desaparecimento dele na África, primeiro através de um amigo em comum, que trabalha aqui na empresa, e depois através dos meios de comunicação. Gostaria de estender o meu pesar para todos os familiares, parentes e amigos, pois sei exatamente como é a dor dessa perda (perdi recentemente minha mãe de forma inesperada). Recebi a mensagem abaixo e pude ter a certeza de que Deus realmente chama para seu lado as pessoas iluminadas e especiais, pois Gabriel era, sem sombra de dúvidas, uma dessas pessoas. Somente uma pessoal especial e de coração limpo, abdica de se hospedar em hotéis e pousadas para poder economizar o seu orçamento diário e com as sobras proporcionar um pouco de alegria para as pessoas menos favorecidas, seja ao pagar um ano de estudos para uma criança, um aluguel para uma pessoa até então desconhecida ou ainda para uma dona de casa que ao ver tal ação, se ajoelha como se estivesse na presença real de Deus.

Realmente pessoas boas existem e ao ler a mensagem, repassei-a prontamente para minha filha mais velha (15 anos), pois precisamos ter sempre referência para a formação do caráter da geração que está surgindo e exemplos como esse eu considero do mesmo nível de outros mártires (Ayrton Senna, Tancredo Neves entre outros).

Eu poderia ficar aqui escrevendo horas sobre o sentimento que tive ao ter contato com a história do Gabriel, mas ao invés disto, gostaria de fazer um pedido à família:

Não deixe que a memória do Gabriel Buchmann seja esquecida ao longo do tempo. Sei que existem várias mensagens, fotos, depoimentos e telefonemas como esta mensagem e, apesar de ter ciência do pesar e da dor que toda a família está passando neste momento, gostaria que esse material todo pudesse ser transformado em um documentário ou um livro para que se possa perpetuar o trabalho e o esforço desse brasileiro de coração grande, ou seja um perfeito cidadão do mundo. Sei que é difícil pensar em algo assim nesse momento, mas temos que ter em mente que podemos tirar lições e ensinamentos até numa situação tão dolorosa como essa. Assim tem sido na minha vida e espero, do fundo do coração, que aconteça o mesmo com vocês e que possam continuar a difundir os ensinamentos e as intenções humanitárias defendidas pelo Gabriel.

Um forte abraço e a certeza de que dias melhores virão.

Paulo Barros.

Comoventes palavras de uma grande Amiga

“There was a boy, a very strange enchanted boy. They say he wandered very far, very far, over land and sea… This he said to me: the greatest thing, you’ll ever learn, is just to love and be loved in return.”

Incrível como pessoas encantadas possuem o dom de transpassar a barreira física dos corpos. Elas aportam no coração de estranhos por serem sonhos, por estarem onde se busca, por fazerem acontecer os ideais (ao invés de escondê-los ou mostrá-los apenas no plano das idéias e da retórica).

Não há mídia que dê voz ao sentimento. É o sentimento que dá voz à mídia. Essa corrente intriga alguns e comove muitos, por ser tecida de amor.

Eu conheci um rapaz (estranho e encantador rapaz) que foi fundo na alma de quem dele se aproximava. Ele foi com tudo pro mundo. E o mundo lhe respondeu com flores, árvores, montes, sol, luar e sorrisos. Não havia pessoa com quem ele não pudesse aprender e não havia um a quem ele não se dispusesse a ensinar.

Para os economistas: uma mente brilhante em favor da humanidade. Para mim, sua inteligência estava no seu olhar, cujo brilho espelhava o reconhecimento de haver o inesgotável a se conhecer e a compartilhar.

Gabriel transcendeu. Ele foi além do que eu posso compreender. Ele sempre esteve além. Embora a saudade seja uma flor com espinhos, sua partida me fez ter um breve encontro com Deus. Por um instante, eu acreditei haver sentido na vida, através da morte. E não encarei a morte como um fim e sim como um começo. Ele fez um ninho, como nasce um passarinho... um início emblemático para quem sempre voou com a liberdade.

“Vai tua vida, pássaro contente. Vai tua vida que estarei (estaremos) contigo.”

Ilana Branco

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

UMA CARTA LINDA...

Gabriel Buchmann não existiu. Se tivesse existido ninguém acreditaria. Um garoto genial, inteligência bem acima da média, filho de classe média carioca, interessado pelo próximo? Por um próximo pobre, miserável? Alguém que conversa com qualquer pessoa de igual para igual?

Conheci um Gabriel assim na PUC-Rio quando vim fazer mestrado em Economia. Quando o vi me assustei: será que o cara fala sério? Mudar o mundo? Lutar contra a pobreza? Entender a miséria? Essas coisas uma pessoa sensata não sai falando por aí, pode até pensar, mas não fala pra ninguém que acaba de conhecer. Uma vez ele voltou desolado para a sala de estudos do mestrado. Tinha acabado de falar com seu orientador que não tinha entendido o quão a viagem dele para o sertão nordestino seria fundamental para a dissertação de mestrado em andamento. Ele planejou e executou uma viagem surpreendente para o interior do nordeste brasileiro. Fez amizades, ficou na casa de gente da região, conheceu pessoas, desbravou lugares... Esse é o Gabriel!

E não foi apenas essa jornada. Ele contava que já havia perambulado pela Amazônia e vários países da América Sul, sem contar o intercâmbio de estudos pela Europa. No caminho, uma mania: colecionar amigos. Amizades sólidas, firmes. Coisa de alma boa, de coração puro. Era destemido e, para algum desavisado, meio ingênuo. Incrivelmente, as coisas davam certo pra ele. Incrivelmente? Que nada! O cara trabalhava como ninguém. Tinha uma determinação espetacular. Quando precisava se concentrar, focava de maneira impressionante. Falava meio devagar, escondendo a agilidade do raciocínio. Gabriel não era de primeira impressão. Tinha que parar, olhar nos olhos dele e ouvir bem o que ele falava para gostar dele.

Alguém que se amarra em matemática e é apaixonado por poesia? Um cdf que não dispensa adrenalina? Meio paradoxal, né? O meu amigo passou um ano tentando resolver analiticamente a relação entre educação, planejamento familiar e escolha de representação política. Acabou resolvendo a equação utilizando métodos numéricos. Por outro lado, ficou surpreso quando soube que eu gostava de poesia. Ele era apaixonado por Fernando Pessoa. Não conseguia entender a vida sem poesia.

Era daqueles caras sem noção que se apaixonava. Quando completamente enamorado, contava as proezas da beleza do sentimento despertado. Os olhos brilhavam e tinha um sorriso indescritível. Só mesmo o Gabriel!

Estudei, saltei de pára-quedas e escalei com o Gabriel. Dividimos poesias e ideais de mudar o mundo. Conheci com ele o Vale do Matutu em Minas Gerais. Fizemos uma memorável viagem a costa litorânea de Pernambuco e Alagoas.

O sonho da vida dele era dar a volta ao mundo por um caminho nada tradicional. Queria porque queria fazer a viagem conhecendo os lugares mais pobres, mais fora de rota. Uma vez o encontrei desamparado porque não sabia se conseguiria realizar esse sonho. Falava como alguém perdido, desolado. Mas ele era o Gabriel, forte, determinado! Como é que não conseguiria alcançar o objetivo?

No final tudo deu certo. Trabalhou, juntou dinheiro, planejou a viagem para gastar o mínimo possível. Traçou um risco no mapa-múndi para explicar o roteiro da viagem. Iria atravessar Europa, Rússia, descer pela China, Vietnã, Tailândia, Índia, Oriente Médio e África. Tinha já tomado todas as vacinas necessárias. Conseguiu os vistos de entrada dos mais diversos países e pra lá se mandou. Uma loucura total para qualquer ser humano, mas não para o Gabriel.

Na última quarta-feira, 5 de agosto, recebemos a triste notícia de que seu corpo foi encontrado sem vida nos arredores da Montanha Mulanje, Maláui, continente africano. Quem o conhecia de perto não achava que isso fosse possível. O Gabriel daria um jeito, sairia dessa. Ele escolheu, no entanto, o caminho menos óbvio. Uniu as pessoas em seu nome e deixou sua mensagem. Vale a pena acreditar nos sonhos! Vale a pena acreditar nas pessoas!

Sérgio Leão

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

MISSA EM HOMENAGEM AO NOSSO GABRIEL

Convidamos a todos para a cerimônia religiosa a ser celebrada dia 15 de agosto, sábado, às 14 horas, no Mosteiro do São Bento, à Rua Dom Gerardo, Centro do Rio.

MENSAGEM DE UMA MÃE

Acompanhei todos os momentos da busca por Gabriel, rezei incansavelmente pela sua vida e pela alegria de um reencontro com sua família. Li todas as palavras de todas as mensagens aqui escritas, mas não conseguia encontrar as palavras para escrever sobre o Gabriel ou sobre seu desaparecimento. Mas agora depois de ler o que escreveu o Sr. Valentim peço licença à família e aos muitos amigos de Gabriel para dar meu depoimento.
Conheci Gabriel Buchmann quando ele tinha 8 ou 9 anos de idade. Menino de classe média alegre e amoroso .
Acompanhei sua vida, suas muitas vitórias nos bancos escolares, suas bolsas de estudo nas melhores instituições de ensino no Brasil e no exterior ,suas viagens pelo interior pobre do nosso país, muitos lugares sem atrativos turísticos. Gabriel, que agora iniciaria um doutorado, falava fluentemente seis idiomas. Este conhecimento não chega sem esforço e dedicação. Esta não é a vida comum ou tradicional da maioria, muito menos de um "bon vivant".
IDEALISMO, SIMPLICIDADE E MENTE BRILHANTE, talvez quatro simples palavras para resumir um ser extraordinário, com real interesse em ajudar os mais desfavorecidos.
Graças à Deus, Sim! Existem os excepcionais, aqueles que podem (e devem) virar exemplo.
Exemplo de vida, mesmo que breve, mas que levem os descrentes, os incrédulos à repensar em esperança e otimismo, os preguiçosos que deve valer a pena agir e quem sabe talvez agir para para o bem do próximo e aos dispostos e idealistas que se unam e realizem ações, que coloquem em prática os ideais daqueles que ousaram ser diferentes.
Meu fraterno abraço,
Linda Campos

Muito obrigado! Estamos muito comovidos com o carinho de todos!

domingo, 9 de agosto de 2009

Um minuto de silêncio por Gabriel no Flamengo e Corinthians

Aconteceu um minuto de silêncio antes do jogo do Flamengo e Corinthians, às 16:00 da tarde.
Na qualidade de flamenguista fanático que era, Gabriel certamente está muito feliz no céu com essa bela homenagem.

Retorno e Velório de Gabriel

Gabriel está retornando neste momento para o Brasil. Ele vem no voo SA222 da South African Airways, que saiu de Joanesburgo às 11 horas da manhã (hora de Joanesburgo) e chega a São Paulo às 16 horas.

A partir daí, será levado para o Rio por terra, aos cuidados da Funerária Central, que é responsável também pelo recebimento e pelo desembaraço no aeroporto de Guarulhos. Já no Rio, passará a noite aos cuidados da Funerária Rio Pax, que organiza o velório e a cremação.

O velório será na capela número 1 do Memorial do Carmo, no Caju. Terá início amanhã - segunda, 10 de agosto - às 10 horas da manhã e vai até as 12:45 (meio dia e quarenta e cinco) do dia seguinte - terça, 11 de agosto. Todos que queiram se despedir podem comparecer.

A cremação será logo a seguir, às 13:15 da terça.

Agradecemos a todos que tem ajudado nas várias etapas desse processo. Gabriel vai voltar para casa para descansar.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Evento amanhã(sábado) às 9:30 da manhã na praia de Ipanema

Amanhã haverá um evento de despedida do Gabriel aberto ao público. Será similar ao evento que houve na terça passada: uma reza católica puxada pela mãe do Gabriel e depois uma pequena meditação onde o objetivo é lembrar do Gabriel, dar Adeus, e canalizar bons pensamentos para ele.

O evento será próximo à esquina da rua Maria Quitéria com a praia (mais para o meio do quarteirão, na direção da Garcia Dávila).

Ainda não sabemos quando o corpo chegará e quando será o velório/enterro, portanto resolvemos realizar esse evento de despedida. De qualquer modo, o Gabriel merece tantas despedidas quanto forem possíveis. É muita lembrança, muita dor, e uma alma muito grande para caber em um dia só.

Até lá.